quarta-feira, 7 de novembro de 2007

PENITENCIÁRIA MANTÉM 44% DOS PRESOS TRABALHANDO


Dos 382 presos da Penitenciária Manoel Martins Lisboa Júnior, de Muriaé, 170 (44% da população carcerária) estão trabalhando em projetos diversos de acordo com a direção. Os detentos em regime semi-aberto trabalham na limpeza de rodovias e bairros (convênio com a Prefeitura de Muriaé); artesanato, fabrica de estopas, reciclagem de marmitex, lavanderia, horta, através de convênios com empresas privadas.
O mais novo sistema prisional da região foi alvo de polêmica na ocasião de sua implantação, mas pode estar dando a volta por cima. A penitenciária foi premiada recentemente com a medalha “Melhores Práticas” pela integração Trabalho-Ensino utilizados no programa de ressocialização dos presos. Desde a implantação do programa de trabalho, dois detentos fugiram.

Fábrica de bolas

Dois detentos, Roberto Silva e Dierce Silvério Souza (foto) com seis anos de experiência em fabricação de bolas de futebol, vôlei e basquete, vieram da Penitenciária de Contagem para ensinar outros detentos a mais nova profissão. Segundo a direção do sistema prisional, o objetivo é implantar em Muriaé o projeto “Pintando a Liberdade” do Ministério dos Esportes e Governo de Minas. “Esse projeto caiu do céu para nós, porque ajuda a família da gente a nos manter comprando materiais utilizados no dia-a-dia. Eu não esperava Muriaé ter isso tão rápido. Outros presos aprendendo vai ser muito bom para eles também” disse ao BLOG o detento Dierce.
Em duas semanas foram fabricadas 55 bolas que já foram levadas para Belo Horizonte para o teste final e posteriormente serão doadas a projetos sociais esportivos.
Em Muriaé o projeto “Pintando a Liberdade” é acompanhado pelo diretor geral da penitenciária, Cel. João Sylla Macedo Felisberto, pelo diretor de ressocialização, Denílson Nunes Gonçalves e pelo coordenador, Davi de Souza Aguiar. Em cada três dias trabalhados, há redução de um dia na pena, e para cada bola fabricada, o preso recebe R$ 2. O dinheiro é depositado em uma conta especial e é liberado para o detento quando ele ganha a liberdade.
O setor de educação informou que quase 100% dos alunos estão freqüentando a escola estadual da penitenciária e nove deles foram classificados na primeira fase da 3ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas – OMEP.
- Novos projetos que podem ajudar na ressocialização do preso, estão sendo firmados junto a Faminas Muriaé, envolvendo acadêmicos de 11 cursos – conclui o diretor João Sylla.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns a direção da Penitenciária de Muriaé. Não podemos fechar os olhos para essa situação. O sistema é uma realidade, acho que a sociedade precisa deixar de ser hipócrita e reconhecer que o sistema prisional também faz parte dela e tudo que for feito para a ressocialização do preso precisa contar com apoio. Agora, o preso que não quiser se recuperar, azar dele. tem que tomar cadeia mesmo.

J. Ribeiro, Muriaé, MG

Ms.Milla disse...

A ressocialização social como primeiro plano num presídio brasileiro é algo raro de se ver. Por isso, que muito nos conforta saber que há instituições que fogem a essa normalidade. Parabéns pelo projeto e pela coragem.

Silvânia disse...

Gostei de saber disto. Tem uma pessoa que adoro que está lá pagando por seu erro. Gostaria de saber se há formas de comunicação com a assistência social de lá para receber notícias dela.
Silvânia