terça-feira, 27 de novembro de 2007

PARTO CESÁRIA CONTINUA DESAFIANDO A SAÚDE


Nos últimos três anos nasceram na Casa de Caridade de Muriaé, Hospital São Paulo, 3.381 crianças. Desse total (52,37%) nasceram de parto cesária e (48,03%) de parto normal. Números fornecidos pela Assessoria de Comunicação do HSP ao BLOG, mostram detalhadamente o perfil desse setor do hospital, que luta para chegar ao índice indicado pela Organização Mundial de Saúde, com relação ao parto cesária ou cesariana (técnica cirúrgica para partos que constitui em um corte feito na pele acima da linha dos pêlos pubianos), que não deve ultrapassar a 25%.
Em 2005, nasceram 659 crianças do sexo masculino e 656 feminino; em 2006, foram 647 masculino e 585 feminino e este ano, com exceção dos meses de agosto e outubro, nasceram 436 meninos e 398 meninas.
Quanto aos partos realizados através do Sistema Único de Saúde - SUS, em 2005, foram feitos 634 partos normais e 364 cesárias (57%). Em 2006, nasceram 560 crianças de parto normal e 389 de cesária (69%). Este ano, o hospital registrou 378 partos normais e 247 cesárias (65%).
E quando o parto é feito através de convênios ou particular, o quadro muda radicalmente. Em 2005 foram realizados no Hospital São Paulo, 19 partos normais contra 297 cesárias. No ano passado foram registrados 16 partos normais e 263 cesárias e este ano até setembro, foram feitos 17 partos normais e 218 cesárias. Desse total de partos, 93% foram cesárias, contra apenas 7% de partos normais. Em contato com o secretário municipal de Saúde, Dr. Marcos Guarino de Oliveira, ele diz que os números trazem preocupação.
- O parto normal é muito mais saudável, traz menos complicações para a mãe e para o bêbê. Diante desses números negativos com relação ao parto cesária, que vão de encontro a média da Organização Mundial de Saúde, o Hospital São Paulo acabou perdendo o benefício de ser o Hospital Amigo da Criança - disse o secretário, informando ainda que com relação a cesária feita principalmente através de convênios, ela ocorre porque a mãe acha mais fácil marcar a data o nascimento, prefere também não sentir dor e acha mais cômodo. “Ela esquece dos riscos e esquece também que o tempo de internação é bem maior. Quanto ao alto índice de parto cesária no SUS, acontece porque Muriaé atende muitas mães de municípios vizinhos, e devido o acompanhamento não ter sido feito aqui, ocorrem complicações que não permitem a realização do parto normal como deveria ser”, concluiu.
Hospital tenta mudar cultura: A Assessoria de Comunicação da Casa de Caridade de Muriaé – Hospital São Paulo informou que a instituição realiza trabalho de esclarecimento e acompanhamento das gestantes. E que periodicamente são realizados cursos que alertam às futuras mamães para a importância do leite materno, do pré-natal e aborda mitos e verdades sobre cuidados com o bebê e com o corpo da gestante. Informa ainda que foi criado na instituição, em 2006, o Centro de Parto Normal com o intuito de estimular a prática do mesmo, mas, como o trabalho realizado visa mudança de cultura, os efeitos são lentos e de longo prazo, contudo toda equipe está empenhada no projeto.

2 comentários:

Anônimo disse...

É questão de cultura. Vai ser difícil reverter esse quadro. Se querem normal devem também melhorar a estrutura e a qualidade da saúde no Brasil. Hoje o pobre mal pode ter o acompanhamento durante a gravidez.

Internauta assíduo. Eugenópolis-MG

Anônimo disse...

A Casa de Caridade de Muriaé – Hospital São Paulo realiza trabalho de esclarecimento e acompanhamento das gestantes. Periodicamente são realizados cursos que alertam às futuras mamães para a importância do leite materno, do pré-natal e aborda mitos e verdades sobre cuidados com o bebê e com o corpo da gestante.
Foi criado na instituição, em 2006, o Centro de Parto Normal com o intuito de estimular a prática do mesmo, mas, como o trabalho realizado visa mudança de cultura, os efeitos são lentos e de longo prazo, contudo toda equipe está empenhada no projeto.
Entidade filantrópica sem fins lucrativos, o HSP atende cerca de 70% dos seus clientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).